Game review – Mr.Bree+

No final de 2012, participei de uma pequena palestra do pessoal da Taw Studio, um pequeno estúdio localizado na cidade de Pindamonhangaba no interior de São Paulo, promovida nas instalações do Acrópolis estudio de Arte e escola de mangá, a respeito de seu principal game na época, o Mr. Bree+.

Mr.Bree+ Wallpaper
Mr.Bree+ Wallpaper

Desde então, fiquei bastante interessado em adquirir o game, uma vez que os autores disseram que em breve o mesmo estaria disponível em algumas game stores nacionais. Pouco tempo depois me tornei parceiro para reviews de jogos da SplitPlay desde o inicio de suas operações, mas naquela época a SplitPlay ainda estava se organizando e fechando parcerias com diversos estúdios indies nacionais e o Mr. Bree+ ainda não estava em sua loja, entretanto em menos de 2 meses, felizmente o mesmo foi adicionado à sua lista de jogos. Lembrando que hoje a SplitPlay lança jogos indies nacionais instantaneamente a seu lançamento no mercado, tendo alguns lançados primeiramente lá.

O Jogo

O jogo começa com uma excelente apresentação do porquinho (Mr.Bree) caindo ferido na floresta, visivelmente perdido e sem memória. Após a apresentação o jogo inicia em um pequeno labirinto, onde Mr. Bree deve avançar, passando por obstáculos que vão dificultando a cada novo estágio. Além de passar pelos obstáculos, Mr.Bree deve coletar umas peças vermelhas no formato de um quebra-cabeças, que de fato são as “suas memórias”.

Ao coletar uma “memória”, Mr. Bree vai relembrando as suas habilidades, que lhe serão essenciais para a finalização do jogo.

Mr.Bree+ Promo
Mr.Bree+ Promo

Foi impossível não comparar o Mr.Bree+ com alguns jogos de MSX, como o The Goonies e principalmente o jogo onde Popolon (e Aphrodite) são protagonistas da saga Knightmare, The Maze Of Galious, pois em minha opinião esses jogos estão na mesma categoria (platform puzzle games).

The Goonies.
The Goonies (MSX)
Kinghtmare - The Maze of Galious
Kinghtmare – The Maze of Galious (MSX)

O porquinho Mr.Bree, de fato é um porquinho fazendeiro que repentinamente é aprisionado e separado de sua família. A partir daí a sua saga se inicia em busca de suas lembranças e de seus familiares.

Análise técnica

A arte do jogo é excepcional, sendo cada detalhe gráfico muito bem desenhado e cuidadosamente detalhado. As animações que ocorrem no decorrer do jogo também são muito bem feitas, seguindo o mesmo padrão gráfico do jogo.

A partir da segunda fase é possível perceber que os desenvolvedores utilizaram pelo menos 3 layers de fundo, o que proporcionou um ótimo efeito no scroll parallax a medida que o Mr.Bree se movimenta.

Apesar de todas as 45 fases e das 15 secretas que o jogo possui, o diferencial do Mr.Bree+, em minha opinião, ficou por conta da excelente música e como todo bom jogo, Mr.Bree+ tem em suas músicas o  essencial para manter o interesse dos fans no jogo durante todas as fases.

Infelizmente o jogo não está disponível para todos os principais sistemas operacionais e só é compatível com Windows e MacOSX.

Notas finais

  1. Gráficos  10
  2. Efeitos sonoros 10
  3. Trilha sonora 10
  4. Jogabilidade 10
  5. Portabilidade 6.5
  6. Nota final 9.3

Um ótimo jogo nacional, e ainda por um ótimo preço na SplitPlay.

[]’s
PopolonY2k

Referência na internet

Taw Studio
http://tawstudio.com/

SplitPlay (PopolonY2k rulezz)
http://www.popolony2k.com.br/?p=2331

The Goonies (Wikipedia – MSX)
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Goonies_%28MSX%29

Maze of Galious (Wikipedia)
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Maze_of_Galious

Platform games (Wikipedia)
http://en.wikipedia.org/wiki/Platform_game

Parallax Scrolling (Wikipedia)
http://en.wikipedia.org/wiki/Parallax_scrolling

SplitPlay

Quem viveu a adolescência nos anos 80 sabe que indústria dos vídeo games era completamente dominada pelo Japão, principalmente após a crise de 1984 que deixou essa indústria vulnerável nos EUA no início dos anos 80.

Naquela época a Europa também tinha uma indústria forte, principalmente na Inglaterra onde diversos estúdios se dedicavam ao desenvolvimento de jogos para a plataforma ZX Spectrum, sendo essa uma das plataformas mais promissoras da época tendo diversos ótimos jogos lançados no mercado, inclusive sendo portados para outras plataformas como MSX e Amstrad CPC.

Também nessa época me lembro que os espanhóis começavam a desenvolver muitos jogos para MSX e ZX Spectrum, sendo muitos deles excelentes e outros de qualidade contestável. Mas como é se fazendo que se chega a perfeição, já naquela época fomos agraciados com excelentes jogos espanhóis, como por exemplo Astro Marine Corps.


Astro Marine Corps (ZX Spectrum, MSX e Amstrad CPC)

Felizmente o tempo passa e hoje os espanhóis também são bastante reconhecidos no mercado internacional de desenvolvimento de jogos, conforme já descrevi em um texto aqui há algum tempinho atrás.

Enquanto isso no Brasil

Infelizmente o Brasil é um País em que os empreendedores tem que gastar muita energia e dedicação para colocar seus sonhos em prática, pois há pouco ou quase nenhum investimento por parte do governo no fomento da indústria nacional de jogos. Entretanto graças ao espírito empreendedor dos estúdios nacionais, muitas vezes caseiros, esse mercado tem se desenvolvido ainda que lentamente, mas se considerarmos o cenário de 10 anos atrás, estamos vivendo um momento de extrema inovação e principalmente se desenvolvendo rapidamente.

SplitPlay

Os estúdios e desenvolvedores brasileiros sempre tiveram dificuldades principalmente no que diz respeito a facilidade de distribuição no mercado nacional. Me lembro que na década de 80 mesmo os grandes desenvolvedores da época, a maioria dedicados ao mercado de computadores MSX, tinham muita dificuldade em distribuir seus softwares, dentre eles diversos jogos feitos na época para essa plataforma. O meio mais efetivo na época era a publicidade em revistas especializadas, o que era caro e na maioria das vezes não significava retorno do investimento, uma vez que o fator pirataria também influenciava para que a quantidade de cópias fosse bem limitada aqui no Brasil, mais do que nos dias atuais.

Nesse cenário desfavorável o mercado nacional de games foi se desenvolvendo e hoje podemos dizer que é impressionante o número estúdios e desenvolvedores nacionais existentes por aqui, entretanto faltava uma boa alternativa nacional às grandes game stores internacionais, como a Steam, GooglePlay e iTunes, que na maioria das vezes não traz retorno nem reconhecimento algum aos estúdios nacionais, mantendo-os pequenos e muitas vezes irrelevantes no mercado mundial.

Para minha surpresa, no início do ano recebi um contato por parte do pessoal da SplitPlay, que é uma game store dedicada 100% a distribuição de jogos desenvolvidos aqui no Brasil onde, após algumas trocas de emails, estabelecemos uma parceria que me permitirá fazer uma análise dos jogos disponibilizados na SplitPlay :).

SplitPlay Game Store website

Tenho recebido jogos de excelente qualidade e apesar da maioria ter um preço final que chega a ser 10 vezes menor que o de um jogo estrangeiro, posso afirmar que a maioria deles não deixa nada a desejar aos desenvolvidos por estúdios internacionais que tem acesso a mais recursos financeiros em seus desenvolvimentos.

Bom, esse é o primeiro de muitos posts que farei a respeito dos jogos nacionais disponibilizados na SplitPlay e nas análises posteriores tentarei pontuar os jogos considerando a qualidade gráfica, recursos computacionais utilizados, qualidade sonora, jogabilidade e portabilidade.

Quem viveu na época de ouro do MSX, deve se lembrar das análises de jogos feitas pela revista MSX Micro, portanto devem lembrar o estilo utilizado por essa publicação na época…..para quem não era nascido só posso sugerir que aproveitem e divirtam-se.

[]’s
PopolonY2k