Nesse vídeo eu e Rogério Matte Machado, testamos o hardware e sua integração com um MSX Real, no caso um MSX2+ Sony HitBit F1 XDJ.
Alguns “testes básicos” foram feitos e apesar de chamá-los de “testes básicos”, posso garantir que o esforço e a quantidade de horas de pesquisa e desenvolvimento já utilizados até agora, nos deixam com um produto próximo a estabilidade de um hardware MSX convencional com um SD embutido e RS232, faltando ainda a camada de ethernet, portas USB, MIDI In/OUT além de uma nova capacidade inserida no hardware desde o dia em que o vídeo foi feito, que é uma saída S/PDIF para áudio digital 5.1.
Com isso estamos próximos de um passo importante, que é o desenvolvimento de todo o software embarcado necessário para a integração dos periféricos extras, como ethernet, USB, MIDI IN/OUT, dentre outros.
Teremos um grande trabalho pela frente no próximo ano.
O ultimo ano foi bastante dinâmico não só para a comunidade MSX mas também para a comunidade de desenvolvimento de software e hardware em geral.
Vale ressaltar na comunidade MSX sobre o desenvolvimento, no Brasil, de tecnologias que já estão disponíveis há um certo tem em outros países como por exemplo a placa de rede para MSX, baseada na Obsonet, construída por Ricardo Oazem da Tecnobytes. Outra novidade original do Brasil é a placa IDE, também da Tecnobytes, com 512 Kbytes de Memory Mapper e como senão bastasse essa quantidade a mais de memória mapeada, essa Mapper é reconhecida em qualquer MSX, inclusive os de primeira geração.
Isso tudo é para exemplificar que o mercado MSX está repleto de coisas novas e no meio dessas coisas novas de MSX muitas outras existem em paralelo, principalmente no desenvolvimento de hardware e software embarcados, que é um mercado emergente no Brasil, principalmente através de tecnologias de hardware open source para hobbystas, como a Arduino e também através de tecnologias mais profissionais para desenvolvimento de hardware reprogramáveis, como a FPGA.
Em um futuro próximo escreverei um post sobre a tecnologia Arduino, no momento o meu interesse é sobre a FPGA, tecnologia essa que tive contato pela primeira vez em 2004, quando naquela época eu arquitetava e desenvolvia o software que controlava toda a inteligência de um veículo aéreo autônomo, ou UAV, para um grande cliente.
Foi um contato rápido mas que me deixou bem interessado nessa tecnologia, pois na mesma época o One Chip MSX (OCM) começava a despontar no cenário da comunidade MSX mundial. assim como em diversos outros projetos que começavam a ser desenvolvidos em torno dessa tecnologia. Foi o suficiente para saber que existem 2 grandes players nesse mercado de FPGA, sendo a líder a Xilinx, seguida de perto pela Altera.
Acompanhando o autor do projeto MSX ARM, Rogério Machado, até um revendedor de placas baseadas em FPGA, na ultima semana, fiquei bastante empolgado em começar a desenvolver coisas baseadas em FPGA e terminei adquirindo um kit de aprendizado, o BASYS 2 da Digilent Inc., nada parecido com a DE0-Nano, da terasIC, baseada em Altera e utilizada para auxiliar o desenvolvimento do protótipo do MSX ARM e que possui uma grande quantidade de I/O, 1 conversor A/D de 8 canais e 1 acelerõmetro, 32MB de memória entre outras características interessantes, mas para mim a BASYS 2 já é um excelente começo.
Abaixo segue as imagens do unboxing…..
……e o detalhe da plaquinha.
Características técnicas do Kit.
Xilinx Spartan-3 E FPGA, 100K ou 250K;
Possui 18 bits multiplicadores, 72Kbits de RAM, e 500MHz;
2 Portas USB de velocidade total para configuração e transferência de dados;
Adept 2.0 software disponível como um download gratuito;
XCF02 Plataforma Flash ROM que armazena as configurações FPGA indefinidamente;
Freqüência de oscilação configurável pelo usuário (25, 50 e 100 MHz);
Reguladores de voltagem (1.2V, 2.5V e 3.3V), que permite o uso de 3.5V-5.5V;
8 LEDs, 4 displays de sete segmentos, quatro botões, 8 comutadores, porta PS / 2 e uma porta de 8-bitVGA;
Quatro conectores de 6 pinos para o usuário;
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Ou seja, é uma placa básica mas que de imediato dá para perceber que tem um potencial para desenvolver até coisas não triviais, como por exemplo implementar uma placa de vídeo VGA e testar o resultado através do conector VGA presente no kit. Sem contar os 4 displays que podem, entre outras coisas, ser utilizados para interação com o usuário ou até mesmo para mostrar informações de debug.
As 8 chaves comutadoras e os 4 botões são mais do que suficientes para possibilitar a entrada de dados por parte do usuário, sem contar a porta PS/2 que possibilita a implementação de entrada de dados via teclado.
O FPGA utilizado na placa é o Xilinx Spartan-3 E, com capacidade suficiente para as minhas necessidades de iniciante :), onde já até penso em criar algum projeto, quem sabe um Atari 2600.
É claro que não poderia faltar um material impresso ou até mesmo em formato eletrônico para o aprendizado de alguma linguagem para desenho e especificação de hardware e a mais conhecida é a HDL, que, é claro, tem suas variações e forks.
Abaixo a imagem dos 2 livros que aquiri juntamente com o kit…….
….depois de comprar esses 2 livros, descobri que a própria Digilent disponibiliza um preview desses, e outros, livros gratuitamente em PDF, então você pode consultar o conteúdo do livro antes de adquiri-lo, inclusive você pode fazer a compra diretamente no site da própria Digilent.
Digital Design – Using Digilent FPGA Boards (VHDL/ActiveHDL Edition) – 75+VHDL Examples – Richard E. Haskell, Darin M. Hanna – LBE Books;
Digital Design – Using Digilent FPGA Boards (VHDL/ActiveHDL Edition) – 30 VHDL/Active-HDL Examples – Richard E. Haskell, Darin M. Hanna – LBE Books;
Pesquisando na internet é possível encontrar diversos projetos que utilizam a FPGA Spartan 3 da Xilinx e que com alguma ou nenhuma alteração poderão ser utilizados no BASYS 2 da Digilent, entretanto o objetivo desse post é apenas fazer uma apresentação do kit para que no decorrer do ano que se inicia eu possa mostrar seu funcionamento e exemplos de utilização.