Desde que a tecnologia de TV’s e monitores expandiu de maneira quase que ilimitada nos ultimos 10 anos, os usuários e saudosistas de retrocomputação em geral (isso envolve os video-games também) tem buscado alternativas de vídeo que sejam pelo menos razoáveis para a utilização nos antigos consoles.
Quem vive no mundo de computadores antigos sabe da dificuldade de adaptar monitores para uso em saídas RGB, ou até mesmo VGA, devido a diversas limitações tanto do hardware antigo, quanto do hardware moderno em se compatibilizar com o hardware antigo, o que por vezes acaba nos obrigando a fazer algumas adaptações nos equipamentos mais antigos, ou até nos mais novos, para que possamos ter algo aceitável para uso diário.
Como eu sou extremamente purista, eu evito sempre alterar os meus computadores antigos, exceto no caso de alguns que não tem jeito mesmo, ou que eu vou utilizar como laboratório para criação de novos projetos.
Voltando ao assunto, nos ultimos 5 anos eu tenho sentido cada vez mais a dificuldade de conseguir utilizar o MSX e também o AMIGA em monitores modernos e sempre nesses casos acabo apelando para os famosos adaptadores de video componente/S-VIDEO para VGA, como o que foi analisado pelo site parceiro, Casa dos Nerds e que pode ser lido aqui, nesse link.
Se você ler o post do Casa dos Nerds saberá que para máquinas PAL-M, através da saída de vídeo componente, a imagem fica inaceitável portanto os felizes possuidores de máquinas como o HotBit HB8000, que só possui uma saída de vídeo que é justamente a mesma do caso citado, terão problemas com esse e outros adaptadores similares.
Uma solução, para quem não quer modificar seu computador, é utilizar esse adaptador com computadores que tenham saída S-VIDEO, como os Panasonic WSX e os MSX TurboR, entretanto não é todo mundo que tem a sorte de ter esses computadores, que diga-se de passagem estão dificeis de encontrar no mercado, então fica uma segunda alternativa que é utilizar computadores com saída RGB, como os MSX Expert, tendo o trabalho extra de construir um cabo para utiliza-los em monitores tão raros ou até mais do que qualquer micro MSX com saída S-VIDEO :).
Para mim a solução mais rápida e acessível está nos novos monitores que existem no mercado, e que ainda tem entrada de vídeo componente (algumas compartilhadas com de vídeo composto), além das entradas de HDMI e VGA. E é com base nessa solução que montei um vídeo demonstrando uma feliz surpresa que descobri meses depois que já havia comprado para uso doméstico diário.
Estou falando da TV/MONITOR SAMSUNG T22B30, que além de ser uma excelente TV de LED com entrada VGA, Video Composto (compartilhado com video componente), HDMI, excelente qualidade de imagem (Full HD) e som, descobri ser excelente alternativa para nossos vídeo-games e computadores old skool, uma vez que a imagem no vídeo composto é excelente, tanto que para confirmar fiz um vídeo com a maioria das máquinas que tenho aqui, que vão desde um MSX1 (HotBit), passando pelo HitBit HB-T7 (MSX2), MSX TurboR A1ST (A1GT só tem S-VIDEO, além de RGB) e finalizando no AMIGA A600.
Eu também cheguei a testá-lo no meu Commodore 64 com o mesmo sucesso dos demais micros, entretanto a qualidade da gravação ficou tão ruim que me impossibilitou adicionar esse teste no video montado, mas pode acreditar que funcionou :).
TV/Monitor Test (SAMSUNG T22B300)
UPDATE: Apenas o cartão Gradiente 80 colunas+RS232C apresentou imagem instável quando utilizado na SAMSUNG T22B300.
UPDATE2: Todos os testes foram realizados utilizando apenas as saídas de vídeo componente dos computadores;
Por ultimo, para alegrar o ambiente ainda mais, deixo um segundo vídeo com o tema da abertura de Aleste 2 sendo tocada em um teclado sintetizador Roland E-09 através da MIDI Pac, rodando em um MSX 2 HitBit HB-T7.
Finalmente passado algum tempo do post que eu planejava ser o último (Lata Velha MSX – Parte V), posso dizer que terminei a reforma do meu MSX Expert 1.1.
No último post da série eu havia citado que ao ligar o micro, que inclusive já havia sido testado, o mesmo não deu sinais de vida, não ligando nenhuma luz, enfim, nada que demonstrasse que a energia vital dos computadores estava passando pelos circuitos dessa minha velha nova máquina.
Decidi abrir a máquina novamente e remover as placas em busca de algum mal contato ou por alguma peça em curto. Ao remover a placa analógica do Expert e fazer novos testes percebi, no multímetro, que os cabos da fonte de energia que chegavam ao Expert apontavam para voltagens próximas às reportadas no site MSXPró, conforme esse link. Infelizmente o 5V+ não dava sinal de vida e após analisar os circuitos cheguei a conclusão que o problema estava em 2 capacitores eletrolíticos da fonte original, o que era simples e fácil de resolver.
A solução seria comprar esses capacitores, soldar no lugar dos antigos e ser feliz para quase todo sempre com o meu novoMSX. Entretanto eu gostaria que o quase sempre da minha felicidade fosse algo mais duradouro 🙂 e por isso decidi que já que estava fazendo uma mudança radical no meu computador, essa mudança deveria ser completa e por isso decidi colocar a Fonte Chaveada no Expert Cinza (aluminio agora), conforme descrito no site MSXPró.
O processo foi gratificante de fazer, principalmente pelos detalhes demonstrados em boas imagens e principalmente pelo texto do MSXPró cuja linguagem é leve e de fácil compreensão até mesmo para quem é completamente leigo em eletrônica.
Abaixo deixo meu passo-a-passo do processo, documentado através de imagens coletadas no decorrer do trabalho.
A primeira parte do trabalho foi remover todas as peças desnecessárias à nova fonte e seguindo o tutorial do MSXPró, removi transistores, capacitores, diodos e resistores, conforme pode ser visto na imagem abaixo……
…..e na sequência fiz as modificações sugeridas pelo artigo da MSXPró, com os wireups devidamente executados no local das peças removidas.
O interessante que o fio utilizado foi um específico para wireups, bem fino, e que não precisa nem ser desencapado, uma vez que a própria solda se encarrega de desencapá-lo sendo que o material da capa que envolve o fio de cobre dissipa na solda não deixando resquícios de plástico no ferro de solda.
Após as modificações na fonte e circuitos do MSX, foi executado um primeiro teste ligando na fonte de PC, sem modificações até esse momento, conforme pode ser visto abaixo.
Uhuuuu….MSX de volta a vida e a imagem do micro está bem firme, sem resquícios de fonte de alimentação funcionando a uma voltagem inferior à requerida pela máquina.
Após esses testes iniciais verifiquei o que poderia estar faltando para não ter que abrir o micro novamente no futuro.
Se você pretende seguir o tutorial da MSXPró e quer utilizar uma fonte ATX, deverá ficar atento a essa nota aqui que explica os passos para a utilização de uma fonte ATX no lugar das fontes AT originais do tutorial.
A nota sobre fontes ATX do tutorial cita que caso você não queira fazer o inibit funcionar pode ignorar a ligação do fio verde da fonte ATX, no pino do resistor R2 que vai para a placa digital e a solução para ligar a fonte seria deixar aterrado esse fio da fonte, uma vez que o interruptor de liga/desliga, já interrompe a alimentação da entrada AC da fonte, ou seja, tudo normal até aqui.
O único inconveniente é que nesse caso, os interruptores das duas tampinhas do slot frontal do Expert não causam efeito nenhum quando a tampinha do slot é aberta, o que originalmente desligava o micro.
Nesse caso siga o procedimento sugerido pelo MSXPró que é soldar o fio verde da fonte nesse pino do resistor R2, que o funcionamento padrão dos interruptores das portinhas dos slots voltará a funcionar corretamente. Bom…..já que está tudo aberto, desmontado e modificado, porque não fazê-lo ????
Segue abaixo como ficou a placa com essa modificação.
Depois dos testes iniciais e com tudo mais do que funcionando, é hora de preparar a fonte de PC para seu novo gabinete. Segue abaixo o processo de desmontagem de uma fonte de 500Watts de PC. Notem que essa fonte sequer precisaria da ventoinha no MSX, uma vez que a mesma será subutilizada mesmo se utilizarmos os 2 slots do MSX com um expansor de slots com todos os 8 slots utilizados.
Após remover a fonte da lataria original, preparei o local onde seria colocada a placa da fonte, juntamente com o cooler da fonte, pois apesar de nem precisar do cooler, claro que eu não perderia a oportunidade de deixar meu Expert com aquele barulhinho de PC 🙂
O mais importante é fixar a placa da fonte no gabinete do Expert e no meu caso usei 2 de 3 alternativas.
Presilhas de fixação de motherborad – Comum em alguns gabinetes de PC;
Porca de fixação de motherboard – Também bem comum em gabinetes de PC;
Base plástica com rosca – Algumas vezes utilizadas em gabinentes de PC;
.
No meu caso, utilizei as duas opções em negrito (1 e 2). Segue abaixo a imagem das opções 2 e 3, que são mais comuns no mercado.
Uma vez fixada a placa da fonte, é só fixar o cooler do lado da placa da fonte e testar. Depois disso, seu micro estará praticamente pronto para uso. Segue abaixo a imagem do micro já com a fonte e cooler instalados……
…..abaixo com a MotherBoard do Expert também instalada.
Com tudo funcionando só nos resta fechar a máquina, ligar e testar o MSX-BASIC….
E depois de 1 mês de trabalho intenso eu posso finalmente dizer que fechei essa série, exceto por 2 pequenos detalhes, sendo que um deles ficará em aberto pois necessita de mais pesquisa.
Bom, o primeiro é que durante os testes do micro, utilizando Nemesis 2, percebi que em fases com rápidas alternações de cores e muitos sprites na tela, o MSX alternava entre o colorido original e preto e branco.
Pois bem, é conhecido que essa ausência de cores é resultado de uma falta de regulagem na placa analógica do Expert, conforme citado nesse post aqui do site Casa dos Nerds.
Apesar do meu Expert estar muito bem e apenas nesse caso estar falhando a imagem, no próximo final de semana farei esse ajuste, até mesmo para que eu possa assim dormir em paz.
O outro detalhe é quanto aos silks com a marca Gradiente e também os silks com os caracteres das teclas do Expert. No caso do meu Expert, considerando a parte frontal, teclado e teclas, fiquei sem os silks da marca Gradiente devido a pintura e no caso das teclas foi apenas devido ao tempo, porém estou em busca de alguém que possa fazer esses silks para que eu possa assim recuperar o teclado e logotipo da Gradiente.
Será algo complicado de se encontrar mas vou encontrar e assim que encontrar farei um post aqui.
Após o último post, que documentou todo o processo de Retr0Bright das teclas do Expert, recebi ainda alguns feedbacks sobre possíveis otimizações do mesmo e uma delas, e que foi bem interessante, foi a do Luciano Sturaro (aka @Gradius) mantenedor do já conhecido site MSXPró. Segue abaixo a dica que descrevo por completo, nas palavras do próprio autor.
Gradius says:
Legal! Ficou muito bom.
Dica pra você, a goma xantana tem somente a utilidade de ser um aglutinante, para você você possa aplicar o retro-0-bright com pincel e peças que não caibam em um pote.
Como eram teclas, você poderia ter feito a solução com peróxido sem ser o cremoso e colocado tudo de molho dentro de uma bacia PLASTICA ou algum recipiente de vidro de boca larga (tipo uma tigela). Porem a luz do sol tem que incidir diretamente sobre o liquido, não serve usar um pote de maionese, por exemplo, pois o vidro, e a maioria dos plásticos bloqueia quase que totalmente o UV.
Fica aqui meu agradecimento pelo feedback.
Bom, continuando a série Lata Velha MSX, vou postar as imagens sobre o processo de pintura do teclado do Expert, que é bem parecido com o processo feito no gabinete conforme reportado na parte I e parte III dessa série.
Vale lembrar que o gabinete é feito de material plástico com detalhes em preto, detalhes que eu não gostaria de modificar, por isso uma proteção com fita adesiva se fez necessária tanto para proteger os detalhes, quanto a parte interna do teclado, uma vez que não queremos que a tinta atinja o mecanismo responsável pelo contato das teclas, película e placa do teclado.
Segue abaixo as imagens do processo, onde podemos ver na primeira imagem o teclado em sua “forma” original….
….e na sequência desmontado….
….e a parte superior com muita poeira onde ficam as teclas…
….após a limpeza, uma proteção com fita adesiva foi adicionada às partes que não poderiam sofrer com a ação da tinta e também outras que achei mais interessante deixar com o preto original….
O processo de pintura foi o mesmo seguido nas partes I, II e III dessa série, onde também apliquei o mesmo verniz, utilizado no gabinete e parte frontal do Expert, após a pintura. O resultado pode ser visto a seguir…..
Decidi deixar a peça secando por 32 horas e após isso comecei a recolocar as teclas, já recuperadas pelo Retr0Bright. O resultado, pode ser visto abaixo…..
Nada poderia ser melhor e mais gratificante do que ver essa imagem do velho Expert, agora completamente recuperado e com um “ar” de novo….
….nada poderia estragar esse momento de ter um novo “velho” computador de volta à vida em grande estilo….nada poderia estragar esse momento………exceto que o micro, que eu já havia testado após a recupeação do gabinete há um mês atrás, não ligou após conectar o teclado para testar a limpeza de sua parte eletrônica.
Como citei anteriormente, o computador já havia sido testado por alguns minutos, há um mês atrás e estava pronto para o Gran Finale, porém esse problema me fez abri-lo novamente e seguir todo o procedimeto padrão de apertar CI’s, Chips e tudo mais que estava soquetado, revisar conexões que poderia estar com mau contato e por fim pegar um Multímetro e começar a testar fonte e qualquer outro componente que poderia ser a causa do problema.
Ainda estou relutante em remover a fonte original do Expert por uma de PC, apesar da fonte de PC ser superior em todos os sentidos, por isso vou fazer alguns testes, consultar os excelentíssimos nobres colegas mais experientes no assunto e depois decidir se dou um passo em mudar também a parte interna desse Expert ou se fico só com as mudanças externas mesmo.
Infelizmente não poderei terminar a série nesse post, como previsto, porém essa área de tecnologia é completamente imprevisível.
Finalmente chegamos ao ponto critico da série Lata Velha MSX e antes mesmo de finalizar essa série, posso dizer que tem sido uma das mais cansativas já desenvolvidas para o blog até o momento, até mesmo porque se trata de um trabalho detalhista e extremamente demorado na obtenção de resultados finais, uma vez que contamos com elementos químicos envolvidos no processo, que por sua vez necessitam de tempo para que os resultados desejados sejam percebidos.
E por falar em química, nesse post vamos descrever sobre os efeitos químicos que o tempo pode causar aos equipamentos eletrônicos e lógicamente como recuperá-los.
Muitos dos “felizes” possuidores de computadores antigos de cor branca, isso inclui gabinetes de PC antigos, Commodore Amiga, Commodore 64 e também os MSX HotBit’s, dependendo de como armazenaram seus computadores, hoje tem nas mãos belíssimos computadores amarelo-bege, o que para alguns pode ser ótimo, pois dá aquele ar de aparelhos vintage a suas máquinas,…
…porém para outros, dá um ar de coisa velha prestes a parar de funcionar.
A cor bege-amarelada, característica de aparelhos envelhecidos, sempre foi considerada parte de um processo natural e irreversível de envelhecimento de peças, principalmente plásticas. Porém em 2008, a equipe do Commodore Business Machines Museum, em Wuppertal-Alemanha, fez uma brilhante descoberta ao experimentar mergulhar as partes envelhecidas de suas máquinas em uma solução de Peróxido de Hidrogenio (aka Água Oxigenada), por alguns dias, e descobriram que processo de envelhecimento poderia ser revertido.
A partir daí a comunidade de máquinas Commodore, principalmente a comunidade Commodore Amiga da Alemanha e posteriormente da Inglaterra, onde os Engenheiros Quimicos, Engenheiros de materiais plásticos e Hackers debateram até chegar a um aperfeiçoamento da fórmula original utilizada pelo Germany-Wuppertal CBM Museum, cujo projeto ficou conhecido como…..
…The Retr0Bright Project, ou simplesmente Retr0Bright.
WARNING !!!!!
O Retr0Bright é uma mistura química forte e altamente perigosa, podendo causar queimaduras se mantido contato com a pele, principalmente sob o sol.
Em contato com os olhos, a mistura pode causar cegueira.
O site do projeto descreve algumas variações da fórmula e seguindo duas delas, conforme descrito nesse link, cheguei a conclusão da melhor variação para se obter melhores resultados no rendimento e aplicação do produto final, conforme descrito a seguir.
Experiência número 1
Na primeira tentativa utilizei uma pequena variação da fórmula original conhecida como Fórmula original de Merlin (Merlin’s original recipe) e os resultados foram bem satisfatórios após 3 horas da aplicação da mistura e ação do Sol.
PopolonY2k’s recipe:
Agua Oxigenada Cremosa (40 Volumes);
Glicerina Bi-destilada – Loção para o corpo;
Vanish Power 02 – Ação bacteriana;
.
A fórmula original ainda inclui uma goma utilizada como aditivo alimentar e conhecida como Goma Xantana ou Xanthan Gum. Ao analisar o real motivo da adição desse elemento na fórmula, cheguei a conclusão de que sua função é apenas para formar um gel fixador e com isso prolongar a ação dos verdadeiros agentes, que são o Peróxido de Hidrogenio (aka água oxigenada) e o Vanish, por isso escolhi a água oxigenada cremosa, para que a fórmula modificada tenha uma consistência talvez similar a da fórmula com a Goma Xantana.
Situação inicial do teclado.
Inicialmente o teclado estava nas mesmas condições do restante do micro, ou seja, muita poeira, tinta danificada, teclado “amarelado” decorrente da ação do tempo e com algumas teclas não funcionando mais.
A primeira ação foi desmontar o teclado, retirar a placa com o circuito eletrônico e também a película de contato do teclado e no final retirar cada uma das teclas. O interessante desse teclado é que ele segue o mesmo modelo dos PC’s atuais, com as teclas totalmente independentes das demais peças do teclado, sendo que não é necessário desmontar o teclado inteiro para remover suas teclas, podendo ser retiradas por cima, exceto as setas direcionais, espaço e teclas enter e control.
WARNING !!!
Muito cuidado no momento de remover as teclas, principalment as coloridas, como a vermelha (Stop) e as azuis direcionais, pois o plástico dessas teclas é visivelmente mais frágil do que as cinzas e com isso pode ocorrer dos encaixes das teclas se partir, conforme visto na figura abaixo.
Após desmontar o teclado e remover as teclas, fiz a fórmula com a seguinte configuração:
90ml de Água Oxigenada cremosa (o pote inteiro);
2 colheres de Glicerina Bi-destilada;
1 colher de Vanish Poder O2;
.
Após misturar bem esses componentes químicos, iniciei a aplicação do liquido resultante, porém cometi dois erros em sequência, sendo o primeiro deles a não utilização de luvas protetoras de borracha ou plásticas, para evitar contato da mistura com a pele e o segundo foi a aplicação desse liquido, sem luvas e sob o Sol, ou seja, em menos de 30 segundos de contato com a fórmula modificada do Retr0Bright, minhas mãos estavam queimando e era perceptível que a pele na ponta dos dedos, que é mais frágil, estava sendo consumida pela mistura.
Ṍtimo !!! Se o efeito químico da fórmula era perceptível a um humano, então eu esperava que o mesmo efeito pudesse afetar igualmente a superfície plástica das teclas do computador. Abaixo segue uma imagem de alguns dedos cuja a pele foi consumida rapidamente pela mistura quimica do Retr0Bright.
TIP 1
Lembrando apenas que para a fórmula ter o efeito desejado, devemos aplicar a mistura até envolver completamente a peça a ser restaurada e deixá-la sob os efeitos de lâmpadas de radiação Ultra Violeta, ou também através de uma solução de baixo custo, que consiste basicamente em deixá-la ao Sol, essa última a minha escolha natural em todos os sentidos.
TIP 2
O site oficial do Retr0Bright dá uma dica importante que é adicionar o Vanish poucos instantes antes de se fazer a aplicação do produto. Quando li essa sugestão não entendi o porque, porém a segui naturalmente.
Logo percebi a necessidade de que seja dessa forma pois o Vanish em contato com a mistura de Peróxido de Hidrogenio e Glicerina, se torna uma verdadeiro vulcão. A reação química é quase que instantânea e após alguns poucos minutos de reação química a mistura não cabe mais no recipiente pois a mesma começa a enfervecer vazando para fora do mesmo, talvez esse efeito seja retardado com o uso da Goma Xantana, que é o componente que faz que a mistura seja um gel fixador.
A aplicação do Retr0Bright, em meu caso, foi feita em duas etapas, porém poderia ser feito em uma única aplicação de 6 a 8 horas ao Sol. Nessa primeira versão da fórmula modificada percebi o mesmo que foi reportado no site oficial do Retr0Bright, onde o autor citou que o Vanish não se dissolveu perfeitamente quando adicionado diretamente à mistura de Peróxido de Hidrogenio com Glicerina, pois mesmo após muito tempo em que o Vanish já estava misturado, a maioria de suas particulas ainda estava em estado sólido, onde era possível sentir as “pedrinhas” do Vanish, ou seja, sem dissolver o produto por completo sua ação não foi completa, estou certo disso.
Após 3 horas da aplicação da solução modificada do Retr0Bright, deixando as mesmas ao Sol do meio-dia em um dia perfeito de Sol, o resultado foi satisfatório onde percebi que houve um excelente clareamento das teclas para a cor próxima da original, entretanto foi bem diferente do resultado obtido pelas outras fórmulas do Retr0Bright, incluindo a original, conforme reportado no site do projeto. No meu caso diversas teclas ainda permaneceram com tonalidade amarelada, nada tão forte, mas estavam lá.
O que fiz de errado ??? Humm…..hora de analisar os resultados e fazer os ajustes necessários.
Experiência número 2
De posse desse resultado visual, pensei sobre o que poderia ter dado errado, afinal a minha fórmula era uma variação de uma variação da fórmula original. Em minha mistura eu havia excluido a Goma Xantana e um outro fator importante foi a não utilização de lâmpadas UV, ou Black Light como são conhecidas na comunidade internacional.
A lâmpada UV certamente pode ser substituída pelo Sol, uma vez que essa lâmpada tenta reproduzir exatamente a emissão de raios UV da melhor fonte de raios UV que existe……que é o próprio Sol. Também tenho informações de outros amigos que fizeram variações do Retr0Bright, como o @Super Chung da comunidade MSX Brasil do Orkut, que fez com sucesso esse processo em seu HotBit, naquela época amarelado, recuperando a sua cor original conforme demonstrado em discussão da comunidade nessa thread aqui, com imagens que demonstram que o processo funciona muito bem só com a luz do Sol.
Evitando a Goma Xantana, parti para uma outra variação da variação da fórmula original, conforme reportado no site do Retr0Bright, e conhecido como Fórmula de Lorne (Lorne’s Variant Recipe), que consiste em dissolver o Vanish em água quente e misturar o liquido obtido junto ao Peróxido de Hidrogenio com Glicerina.
Então peguei minha variação da fórmula, diminui a quantidade dos ingredientes para buscar mais consistência e adicionei exatamente esse passo da Fórmula de Lorne, refazendo a aplicação em todas as teclas do Expert. Infelizmente nessa segunda tentativa o dia não era de Sol perfeito, onde por diversas vezes o Sol era enfraquecido pela ação das nuvens que o encobriam, mas apesar de tudo isso a nova mistura foi um sucesso “quase” que absoluto e “quase” cheguei às cores originais do teclado, exceto por algumas teclas que estavam desbotadas desde o principio do processo, uma vez que esse teclado não era meu e provavelmente deve ter sofrido com a ação de algum produto que deve ter caido sobre essas teclas.
Segue a segunda configuração da fórmula, cujo resultado foi superior a primeira fórmula:
Aproximadamente 30ml de Água Oxigenada cremosa;
2 colheres de Glicerina Bi-destilada;
Diluir 1 colher de Vanish Poder O2 em 1/4 copo de água quente;
Misturar bem a água oxigenada à glicerina;
Misturar bem o Vanish diluido em água à mistura de água oxigenada com glicerina;
.
Quando cito que o sucesso foi “quase” que absoluto, quero dizer que algumas teclas ainda tem poucas marcas “amareladas” em sua superfície, principalmente nas laterais das teclas e de imediato percebi o porque da importância da Goma Xantana, pois essa goma dá uma consistência à mistura, fazendo com que os verdadeiros agentes do processo entrem em ação na superifície onde a mesma está aplicada, ou seja, se houvesse Goma Xantana nessa mistura, a mesma ficaria fixada nas laterais das teclas e com a ação do Sol, a dupla Peróxido de Hidrogenio + Vanish já teria penetrado nessas partes laterais, removendo completamente o “amarelado” já nessa segunda tentativa.
Entretanto a fórmula é válida para quem deseja economizar na Goma Xantana, pois é possível pincelar a cada 2 horas essa mistura sem a goma e obter o mesmo resultado, por isso fui para uma terceira tentativa e agora de posse dessa informação crucial posso modificar a fórmula mais uma vez em busca de uma consistência próxima do gel que a Goma Xantana propícia.
Experiência número 3
A experiência número 3 é na verdade uma repetição da anterior, com adição de menos água quente para dissolver o Vanish e dessa vez contei com a minha fonte de raios UV, o Sol, em sua capacidade máxima e com isso os resultados foram excelentes, validando a minha fórmula modificada do Retr0Bright, onde posso agora afirmar com toda certeza de que essa experiência funciona mesmo, apesar de eu ter sido cético quando li sobre o Retr0Bright há alguns meses atrás.
Efeitos colaterais.
Além dos efeitos colaterais nos seres humanos, já reportados aqui para o caso de contato com a pele e olhos, existe um possível efeito colateral também no material onde a fórmula é aplicada.
Segundo relato do site oficial do Retr0Bright, existe a possibilidade de ressecamento da peça que recebe aplicação da mistura, devido ao Peróxido de Hidrogenio. No caso da minha experiência percebi que isso é possível de acontecer, uma vez que as peças maiores, como a barra de espaços, deram sinais de ressecamento após a segunda aplicação, entretanto esse efeito também é reversível através da aplicação da própria Glicerina, utilizada na fórmula, diretamente nas peças, uma vez que é reconhecido que a Glicerina tem características umectantes.
Bom, esse é o resultado da recuperação das teclas do Expert, na sequência teremos a última parte que é a recuperação da parte externa e interna do teclado, que na verdade se resume em limpeza da parte eletrônica e pintura da parte externa.
Após quase um mês, trabalhando nos finais de semana na recuperação do MSX Expert 1.1, finalmente chegamos ao fim do processo de recuperação do gabinete desse clássico da microinformática brasileira.
O processo foi bem cansativo, pois estive trabalhando no limiar entre o sucesso e o erro, de tal forma que um único erro poderia ser irreversível e aí ao invés de um clássico remodelado, eu teria nas mãos um computador velho sem nenhum atrativo, ou seja, uma verdadeira Lata Velha.
Limpeza da parte eletrônica.
Essa é uma parte do processo que não tem maiores segredos, sendo apenas o trabalho braçal de desmontar completamente a parte interna, que nesse caso estava muito empoeirada, e no final remontar tudo novamente.
Sem mais, vamos às fotos do antes…….
…..durante…..
…..e depois da limpeza.
Conforme eu havia falado anteriormente, esse processo é braçal, ou seja, é desmontar, limpar e montar novamente, devemos apenas ficar atentos aos parafusos de fixação pois é importante que na remontagem não sobre nenhum parafuso para que a parte interna esteja completamente fixa, evitando assim futuros contatos indesejados entre fios e componentes eletrônicos.
Montagem final do gabinete
Bom, nos dois últimos artigos da série Lata Velha MSX (parte I e parte II) você acompanhou o processo de pintura do gabinete e da tampa frontal de um MSX Expert 1.1, que é um computador clássico da década de 80. Na parte II da série eu já havia comentado sobre a dificuldade de pintar essa tampa frontal do Expert, devido a suas partes estreitas principalmente no momento da aplicação do verniz.
Pois bem, a medida que vamos ficando velhos, vamos ficando mais pacientes (ou não 🙂 ) e foi essa paciência que me permitiu colher um excelente resultado na pintura da lataria do gabinete e agora também na tampa frontal do Expert.
Porque digo isso ?? Simples, após 72 horas da aplicação do verniz, assim como acontecera anteriormente na pintura da lataria, o verniz assentou e fixou de tal forma na peça, que as pequenas e até as grandes imperfeições do processo de aplicação do verniz praticamente desapareceram, ou seja, a paciência é uma benção.
Para demonstrar o resultado final, nada melhor do que imagens……..
….mais imagens….
Conforme pode ser visto nas imagens frontais acima, coloquei detalhes em vermelho na parte superior aos slots frontais da máquina e também na divisória inferior que separa as cores preta da prata da peça.
O processo foi simples e consiste de cortar uma tira fina de uma fita vermelha, podendo ser uma fita do tipo durex vermelho ou uma daquelas fitas vermelhas de demarcar solo e adesivar a parte desejada. No meu caso escolhi a ultima opção por ser mais consistente e durável. A material escolhido foi a Fita de demarcação de solo Adelbrás, mas outras marcas como a 3M, também frabricam produtos similares.
Achei melhor usar a fita de demarcação de solo pelo simples motivo da cor obtida nesses materiais não estar em uma camada de tinta superior e sim na composição da própria fita, ou seja, não irá desbotar ou perder a cor em caso de arranhões, lembrando que existem outras alternativas de cor para esse produto.
Bom, vou finalizando essa etapa do processo de restauração do MSX Expert 1.1. No próximo post vou iniciar um outro desafio que é o de recuperar o teclado dessa máquina.