27 de Junho de 1983.

Bom, esse é um mini-post bem rápido apenas para lembrar que no último dia 27 de Junho, o MSX fez 28 anos de idade e o site do UOL Jogos fez um vídeo bem interessante sobre essa plataforma de computadores que é sempre lembrada pelos seus games, principalmente os clássicos como Metal Gear, Nemesis, Vampire Killer (aka CastleVania) entre outros mais.

Espero que gostem, realmente ficou muito bom e com um excelente detalhamento da história.

MSX faz 28 anos e mais vídeos – UOL Jogos

Feliz aniversário MSX !!!

[]’s
PopolonY2k

Referência na internet

UOL Jogos
http://jogos.uol.com.br/

MSX, games e produções independentes.

Esse ano é um bom ano para o MSX no cenário nacional. Na parte de hardware sempre pudemos contar com produtores que estão sempre ativos construindo “antigas” novas tecnologias para nossas máquinas e algumas vezes construindo até novas máquinas do zero, ou quase do zero, como é o caso dos kit’s de conversão ou até mesmo motherboards MSX, “zero bala”, para adaptação em gabinetes de PC ou em antigos Experts e HotBits.

Pois bem o cenário de hardware é bem ativo, algumas vezes dá uma descansada mas sempre se levanta com novidades, porém  o mesmo não acontece com software desde a época de ouro do MSX, no Brasil. Para falar a verdade, apesar dos muitos softwares escritos originalmente em nosso País, creio que o desenvolvimento de software nunca foi um sucesso em nosso País, independente da plataforma utilizada.

Felizmente nos últimos anos, o Brasil tem começado a colher os frutos da formação de profissionais nas décadas de 70, passando pelos 80 e chegando até os 90 e para mim é inevitável que o País se torne referência em software nos próximos 10 anos, pois os profissionais de software sofreram muito ao viver as épocas em que eram “generalistas“, ou seja, podiam fazer tudo na área de tecnologia.

Por um lado ser generalista é ruim, pois não nos especializamos em um nicho de mercado, que de certa forma nos tornaria mais caros no nicho escolhido, mas analisando de uma maneira mais ampla e aberta, com certeza chegaremos a conclusão de que é isso que nos torna melhores arquitetos de software do que outros pelo mundo afora, uma vez que pensar em tudo e criar abstrações para esse “tudo”, só pode fazer quem já viveu uma situação de atuar no “todo”. 🙂

Mas é claro que só poderemos ser uma potência em software se o governo federal também fizer a parte dele que é, proporcionar uma boa infra-estrutura de ensino para os nossos jovens, e futuros profissionais. Atualmente o mérito é individual e apenas do povo brasileiro, através dos esforços dos pais (não confundir com País) e avós dessa geração que citei anteriormente, que foram os investidores dessa geração que aí está.

Voltando ao software, recentemente adquiri um lote de coisas para MSX, que vão desde hardwares e softwares a diversas revistas, incluindo MSX Magazine e outras revistas, que só tratavam de software em seu conteúdo, cada uma com mais de 100 páginas só de softwares escritos em diversas linguagens (MSX-BASIC, Prolog, ADA, C, ASM, …) , tudo da década de 80.

Revistas de MSX japonesas.

Pois bem, olhando esse material todo apenas tive a confirmação do porque os melhores games e softwares eram feitos no Japão. Simplesmente porque, aliado ao fato deles desenvolverem grandes softwares, eles desenvolviam conhecimento e difundiam em massa e ainda obtinham lucro com isso. Essas revistas tem tanto conteúdo técnico de qualidade, que eles são aplicáveis em qualquer plataforma atual e talvez todo esse conhecimento explique o porque de ainda existir diversos grupos construindo coisas para MSX no Japão e Europa e também para outras plataformas como C64, NES, SNES, Sega Genesis (aka Mega Drive), entre outros.

20 e tantos  anos depois…..

…muitos dos que viveram aquela época, hoje nem trabalham com software ou na área técnica, entretanto a grande maioria das pessoas daquela geração e que hoje estão no mercado de trabalho, ou trabalha com um computador ou pelo menos o utiliza como ferramenta no dia-a-dia e para entretenimento.

Dentre essas pessoas encontramos, Designers e Web Designers, Programadores, Músicos, Gamers, entusiastas de tecnologia, enfim, muitos de nós, desenvolveu bastante suas capacidades técnicas nos computadores pessoais, desde a épocas passadas.

Podemos dizer que, hoje, somos muito mais capazes de realizar proezas técnicas diversas, com muito mais facilidade e qualidade do que naquela época e também baseado nesse raciocínio posso dizer que se fosse possível voltar no tempo, com o conhecimento que temos hoje, poderíamos ao menos fazer frente aos dominadores do conhecimento da época. A situação seria ainda melhor se conseguíssemos construir coisas utilizando recursos computacionais modernos, como os que temos hoje. Com certeza seria um diferencial.

Não é muito difícil encontrar grupos, ao redor do mundo, que tem um ponto de vista similar ao que citei anteriormente, veja o caso do pessoal da Relevo Video Games, que desde 2009 vem lançando games originais para plataformas MSX e ZX-Spectrum, com qualidade excepcional, como é o caso do excelente e já consagrado Invasion of the Zombie Monsters, que é um game de 32Kb com gráficos, musicas e jogabilidade superior a muitos dos clássicos da época de ouro dessas plataformas e, serei ousado, superior a muitos games da mesma categoria feitos para plataformas mais atuais como Android e iPhone.

Capa do game Invasion of the Zombie Monsters

Ao acompanhar o nascimento de grupos como o pessoal da Relevo, que começou fazendo games para plataformas antigas e que já ensaiam lançamentos para outros dispositivos Mobile, acredito que o Brasil pode e tem potencial técnico, criativo e artístico para desenvolver projetos similares aos da Relevo.

Vale a pena lembrar que a Relevo Video Games é certamente um reflexo e fruto do investimento dos espanhois no desenvolvimento de video-games, iniciado na década de 80 onde empresas como Dinamic Software e Opera Soft, desenvolviam games para MSX & ZX-Spectrum, na grande maioria das vezes inferiores aos japoneses, porém era uma época de busca do Know-How necessário para fazer frente aos japoneses na arte dos games no futuro.

Bom, se passaram 20 e poucos anos e finalmente podemos dizer que os espanhóis fazem frente a qualquer outro player no mercado de video-games, haja vista que os próprios japoneses começam a entregar o desenvolvimento técnico de suas consagradas franquias, como CastleVania (aka Vampire Killer para os MSXzeiros), a empresas espanholas.

CastleVania – Lords of Shadow, mostra o sucesso espanhol no desenvolvimento de games, iniciado na década de 80, uma vez que uma franquia de origem japonesa e que ao longo dos anos sempre fora desenvolvida em solo japonês e exclusivamente por japoneses, dessa vez é produzida em “terras” espanholas, através da Mercury Steam, só demonstra que o investimento de longo prazo é sempre a melhor opção.

Enquanto isso no Brasil…

…ainda engatinhamos no desenvolvimento de games e softwares para consumo do publico em geral, porém já começamos a ser reconhecidos em algumas áreas, pelo menos como um país potencial em desenvolvimento de software, apesar do mercado ser reconhecidamente inexplorado.

Desde cedo eu sempre acreditei que jogar video-games, era algo fenomenal pelo ponto de vista do aprendizado mas quando eu falava isso para um adulto na época, lá pelos anos 1980, não chegava a ser motivo de chacota mas o pessoal mais velho simplesmente ignorava a minha opinião, mais pela diferença entre gerações, entretanto por situações como essa, talvez, tenhamos perdido muito dos futuros profissionais que não chegaram a acontecer para o mercado de desenvolvimento de games.

Sempre acreditei que o simples fato de assistir alguém jogando já era o suficiente para fazer a cabeça pipocar as ideias, pois é necessário técnica apurada e conhecimento de algoritmos otimizados e também ser pelo menos um bom programador para se construir produtos de qualidade. Com o tempo percebi que jogar poderia ser mais produtivo para os que seguiram a carreira de desenvolvimento de software e design, do que para a grande maioria que estava apenas interessada em jogar.

Bom, como sou persistente e raramente jogo a toalha de primeira, fiquei muito feliz ao ler essa noticia no TechTudo, onde o autor descreve sobre um evento ocorrido em 25 de fevereiro desse ano (2011), denominado “O Mercado de Games e Aplicativos no Brasil” e também esse outro artigo, também no TechTudo, que vai de encontro exatamente ao que penso, onde o bom produtor de jogos deve ser um auto-didata, deve gostar de aprender e desenvolver coisas novas sempre, saber algumas linguagens e principalmente jogar MUITO !!!

Outra coisa bem legal que o autor cita é sobre, criar um grupo de estudo sobre games, que discuta ideias, técnicas, converse, extrapole as discussões, ou seja, desenvolva as ideias e as transforme em realidade, desenvolvendo novas técnicas e tecnologias, criando ferramentas, pois tudo isso gera a experiência necessária para o desenvolvimento de produtores em potencial para o mercado de games.

É bom saber que um grupo de estudos e desenvolvimento é um bom inicio e melhor ainda é saber que já temos um que está a pleno vapor, desenvolvendo um projeto de um RPG para MSX 2.0, totalmente feito em MSX-BASIC, com suporte a som de qualidade, compatível com placas FM do MSX (Panasonic FM-PAC, Tecnobytes FM-Stereo, …) e com toda capacidade de cores e gráficos que esses micros tem e que pouco foram aproveitados pelos desenvolvedores brasileiros da época.

Esse grupo, que ainda não tem nome, é composto por músicos, designers e programadores que viveram, ou não, a época de ouro do MSX e basicamente vem interagindo e desenvolvendo todo o game apenas em conversas por MSN e também na comunidade MSX-Brasil, no Orkut, que de maneira natural se tornou a “casa” do jogo, podendo ter seu desenvolvimento acompanhado aqui nessa discussão.

O nome do jogo é Visitantes – Experimento Sombrio e até o momento, diversas técnicas já foram desenvolvidas, como as de conversão de música MIDI para o MSX, conforme descrito na série MusicA – Tocando MIDI no MSX I, II, III e IV.

Grande parte do código do engine responsável pela execução do RPG também está pronta, sendo que ainda está previsto o desenvolvimento do game editor, necessário para edição da interação com o usuário.

Claro que muitas outras técnicas e novidades estão a caminho e ainda é muito cedo para detalhar algo sobre esse desenvolvimento, porém a medida que o projeto avança, alguns snapshots serão lançados ao público, como o vídeo que já está disponível no YouTube, através desse primeiro making of do que está rolando no desenvolvimento do game.

Bom, eu acredito que esse essa iniciativa é não só inovadora do ponto de vista técnico mas também pelo fato de comprovar que a internet é um meio produtivo que dissemina a idéia de que não importa mais o local onde as pessoas estão e sim o que elas podem fazer de onde elas já estão. 🙂

Espero que em breve tenhamos um mercado potencial no desenvolvimento de jogos no Brasil e espero um dia poder colher frutos disso mas enquanto isso….mãos na massa….tenho algumas coisas para terminar aqui 🙂

[]’s
PopolonY2k

Referência na internet

MSX-BASIC – Wikipedia
http://en.wikipedia.org/wiki/MSX_BASIC

Prolog – Wikipedia
http://en.wikipedia.org/wiki/Prolog

ADA Programming Language – Wikipedia
http://en.wikipedia.org/wiki/Ada_%28programming_language%29

C – Programming language – Wikipedia
http://en.wikipedia.org/wiki/C_%28programming_language%29

ASM – Wikipedia
http://en.wikipedia.org/wiki/Assembly_language

Relevo Video Games
http://www.relevovideogames.com/

Dinamic Software
http://en.wikipedia.org/wiki/Dinamic_Software

Opera Soft
http://en.wikipedia.org/wiki/Opera_Soft

Mercury Steam
http://en.wikipedia.org/wiki/MercurySteam

Android Operating System
http://en.wikipedia.org/wiki/Android_%28operating_system%29

IOS – iPhone Operating System
http://en.wikipedia.org/wiki/IPhone

CastleVania Lord of Shadow
http://www.konami.com/officialsites/castlevania/