Lata Velha MSX – Parte II – Troubleshoot

Após 2 semanas de intenso trabalho na restauração do meu MSX Expert posso dizer que nem tudo são flores, apesar do processo ser aparentemente algo tranquilo. Talvez seja tranquilo mesmo, porém para quem não é profissional na arte de restauração e pintura, com certeza é um trabalho penoso.

Recapitulando, na primeira parte dessa série fiz um trabalho de restauração da lataria do meu MSX Expert 1.1, onde basicamente utilizei uma lata de tinta Spray Suvinil Multi-uso Aluminio. Mas como sou um novato que não domina a arte da pintura e restauração, com certeza problemas aconteceram, principalmente na questão que é a mais critica no processo de pintura………o excesso de tinta nas bordas do material trabalhado, conforme pode ser visto na imagem abaixo.

Excesso de tinta após secagem

Resumindo, em 2 partes da borda da lataria aconteceu um excesso de tinta que é complicado de remover durante o processo de pintura com o Spray uma vez que a tinta seca rapidamente impossibilitando uma ação corretiva, que sinceramente nem sei qual seria.

Porém a minha decisão foi deixar secar a tinta, mesmo com excesso, e depois de seco remover o excesso com uma lixa D’água Norton 204. Pode parecer ser traumático passar uma lixa em uma parte da lataria já na finalização do processo mas posso dizer que após pintar a parte que foi lixada e dando mais uma demão na peça inteira, não sobrou nenhum resquício do problema, nem marcas nem nada em volta, ainda mais depois de utilizar um verniz da ColorGin Metallik incolor brilhante……

Dupla dinâmica (Suvinil & ColorGin)

……..que deu um visual brilhante na lataria, resultado que pode ser visto na imagem abaixo.

Lataria do Expert após aplicação do verniz

Partes plásticas – Frente do Expert.

O mais complicado, na verdade, foi a peça frontal do Expert pois é uma peça relativamente pequena onde qualquer pequena falha pode ser bem perceptível ao final do processo.

Pesquisando na internet cheguei a conclusão de que poderia seguir algumas alternativas para pintar essas partes plásticas.

  1. Aplicar um material chamado Primer, que é o responsável, dentre outras coisas, pela aderência a tinta aplicada posteriormente;
  2. Utilizar a lixa D’água Norton 204 para fazer com que a superfície ficasse levemente áspera, causando o efeito de aderência desejado;

Bom, utilizei o método 2, por ser o mais barato, porém me arrependi por um motivo que vou explicar mais a frente. Segue abaixo a imagem da parte frontal, já devidamente lixada e com fitas adesivas protegendo as partes pretas que permanecerão com os silks originais…….

Parte frontal do Expert após uso da Lixa D'água Norton 204

……e também após a aplicação da tinta Suvinil Multi-uso Aluminio.

Frente do Expert após pintura.

 Após secagem e aplicação do verniz ColorGin Metallik incolor brilhante, obtive o resultado abaixo.

Frente do Expert após verniz e remoção da fita de proteção.

O resultado foi bastante satisfatório, entretanto, conforme citei anteriormente, o uso do verniz na parte frontal me deixou arrependido pelo fato do mesmo ser muito fino e pouco aderente de imediato e principalmente pela parte superior da tampa frontal ser muito estreita e com a aplicação do verniz, mesmo que bem pouco, já é o suficiente para escorrer e causar marcas na tinta, mesmo que já seca, o que me forçou a refazer o trabalho na parte frontal uma vez.

Mesmo após conseguir dominar o uso do verniz nas partes estreitas, achei que se tivesse utilizado Primer, o resultado seria melhor, uma vez que o mesmo é mais consistente e não escorre. Tudo bem que o brilho final não seria o mesmo que obtive na lataria mas tudo tem seu preço 🙁

Ainda vou fazer um acabamento nessa parte frontal, afim de melhorar o resultado……maldito perfeccionismo !!!

Bom, vou ficando por aqui na próxima parte pretendo mostrar a limpeza da parte eletrônica interna e o micro montado. No final o trabalho de recuperação do teclado.

[]’s
PopolonY2k

Print Friendly, PDF & Email

Lata Velha MSX – Parte I

Sou um colecionador de MSX, isso é um fato conhecido para quem já acompanha o blog, fato esse que pode ser comprovado olhando o meu album de fotos nesse link aqui.

Apesar de eu ter alguns computadores MSX e outros não relacionados ao mundo MSX, alguns deles ainda não estão no album de fotos do Picasa e dentre esses está um MSX 1.1 Expert XP-800 da Gradiente, que juntamente com o HotBit HB-8000 da Sharp, foi um dos primeiros sucessos de vendas de PC‘s na história da microinformática brasileira.

Expert XP800 - MSX 1.1

Eu particularmente tinha um HotBit e até preferia o mesmo a um Expert, porém agora como colecionador não posso me dar ao luxo de ter preferências por uma ou outra máquina……cada uma delas tem sua fatia de importância no universo MSX.

HotBit - HB8000 - MSX 1.1

Como já possuo um HotBit 1.2 (o modelo preto), me faltava mesmo um Expert para completar a coleção de pelo menos 1 micro de cada um dos fabricantes brasileiros da época.

Apesar de tudo isso eu ainda não pretendia adquirir um Expert no momento, a não ser que eu ganhasse um…..aí não teria como recusar 🙂

E foi exatamente o que aconteceu, quando o amigo Super Chung (como é conhecido nas comunidades de MSX do Orkut), me repassou um dos 2 micros que ele recebeu de uma doação feita na comunidade Saudosistas da Época do MSX no Orkut.

Os micros estavam em bom estado, porém “surrados” pelo uso e principalmente pela ação do tempo. No caso meu Expert posso citar diversos problemas:

  1. Acabamento comprometido, onde a pintura já estava completamente desgastada, sem o brilho da pintura metálica original e principalmente com riscos na lataria;
  2. Teclado com grande parte das teclas falhando e com o silk desbotando;
  3. Parte plástica do gabinete e teclado com riscos que danificaram o acabamento dos mesmos;
  4. Grande quantidade de poeira nos circuitos;
  5. Placas frouxas devido a mexidas, uma vez que os parafusos utilizados não eram mais os originais o que mostrava que as mesmas foram retiradas em algum momento no passado;

.

Apesar de tudo isso o computador funciona perfeitamente, o que é o principal nesses casos, sendo o motivador para eu iniciar o processo de restauração dessa maquina, porém pensei que o mesmo poderia ser restaurado não para a sua forma original e sim com um pequeno diferencial que o valorizasse, visualmente, frente a outros Expert‘s de sua época.

Para dar um diferencial a esse Expert, pensei em fazer um “arroz com feijão“, porém com um tempero a mais 🙂 , refazendo a pintura da lataria e partes plásticas com uma cor diferente da original, fazendo uma limpeza dos circuitos, recuperando as teclas que estão falhando e removendo o “amarelo” das mesmas, causado pela ação do tempo.

Com isso terei um MSX Expert com um diferencial estético e com o tempo poderei pensar em adicionar mais potência à sua parte eletrônica, entretanto nesse momento nem me passa a cabeça transformá-lo a um MSX 2.0 ou superior, porém pelo menos uma interface IDE esse micro possuirá no futuro.

Situação inicial

Quando peguei o micro a situação estética do mesmo não era das melhores, perto de outros Experts existentes no mercado e que ainda podem ser encontrados tão novos quanto há 20 anos atrás.

A foto abaixo pode mostrar um pouco de como estava a lataria do micro antes da primeira parte da reforma. A boa qualidade da máquina fotográfica e o ambiente pouco iluminado com luz natural, escondem bastante a verdadeira situação da lataria (clique nas fotos para ampliar)…..

Expert Original (frente)
Expert Original (parte superior)

….que pode ser vista um pouco melhor em um ambiente de iluminação natural, como a foto abaixo.

Tampa do Expert (cor original)

.

Inicio do processo

Bom, o primeiro passo de tudo, foi remover a tinta antiga lixando completamente a lataria e removendo toda a tinta anterior para que a mesma não comprometesse a nova pintura.

Para isso utilizei uma lixa Norton K246 Advance para ferro, que é a mais grossa que existia na loja para lixar ferro, uma vez que a tinta original do gabinete não dava sinais de fácil remoção, como foi sentido durante o processo de remoção da mesma, onde foi necessário o uso de muita energia para remover toda a tinta da lataria.

Após 1 hora de intenso trabalho braçal…..

Lataria Expert (após processo de lixamento)

…..o resultado final foi esse aí da imagem acima e abaixo.

Lataria Expert (após processo de lixamento)

.

O  trabalho de pintura/funilaria…..

…é o mais complicado em todo o processo de recuperação desse micro e, como eu havia citado anteriormente, um dos motivadores para a recuperação desse Expert, foi a possibilidade de mudar completamente o visual dessa máquina, transformando-a em um computador único, sem perder as características do modelo.

Para isso decidi mudar completamente a cor da máquina, até mesmo porque a cor original é difícil de obter, após mais de 20 anos de seu lançamento.

Escolhi a cor alumínio, utilizando a tinta Suvinil Spray Multi Uso (Alumínio) e o resultado foi uma cor prateada que lembra bastante a cor de alumínio, conforme pode ser visto na imagem abaixo……

Lataria - Após pintura (Superior lateral direito - frente)

….e também na imagem abaixo.

Lataria - Após pintura (Superior lateral direito - traseira)

Como pode ser visto nas imagens acima, apesar de eu não ser profissional em funilaria/pintura, com um pouco de cautela é possível recuperar um gabinete antigo como o do Expert, sem gastar muito e principalmente sem ter que contratar um profissional para realizar essa tarefa.

Abaixo segue a lista de materiais utilizados e seus respectivos preços aproximados.

  • 1 Lata de tinta Suvinil Multi Uso Aluminio ~ R$16,00;
  • 1 Lixa para ferro, Norton K246 Advance ~ R$2,00;

.

Bom esse é um daqueles posts onde o resultado visual vale mais do que qualquer texto escrito, por isso vou ficando por aqui e já preparando o material da segunda parte dessa série……claro que nem tudo são flores, então aguardem o próximo post.

[]’s
PopolonY2k

Referência na internet

PopolonY2k’s Picasa web album
http://picasaweb.google.com/112074901768594959236/Museum

MSX Expert XP-800 (Wikipedia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/MSX#Gradiente_Expert_XP-800

MSX HotBit HB-8000 (Wikipedia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/MSX#Sharp_HotBit_HB-8000

Saudosistas da época do MSX (Comunidade Orkut)
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=64116

Análise da Interface IDE – Tecnobytes
http://www.popolony2k.com.br/?p=409

Print Friendly, PDF & Email

MSX, ATA IDE, Casemod & CIA

Após um pequeno intervalo, retorno com uma informação extraordinária em todos os sentidos pois eu, que pretendia fazer mais um artigo com testes e análise de performance dos dispositivos compatíveis com IDE‘s para MSX, fui surpreendido por um e-mail com excelente feedback do amigo de lista MSXBR-L, Alexandre Antoniutti Passos, que também é o criador e mantenedor do também excelente projeto MSX Livros.

Esse feedback me fez colocar a mão na massa e desenvolver esse add-on para o artigo original.

Por e-mail, ele me passou que realizou alguns testes com HD‘s e DVD‘s de alguns fabricantes, com sucesso no funcionamento, e que descrevo abaixo:

COMPATIBLE DEVICES

Gravadores de DVD

Marca : LG
Modelo : GSA-4167B

Marca : AOpen
Modelo : DSW1812P

Hard Disks

Marca : Toshiba
Capacidade : 80GB
Modelo : mk8025gas

Marca : IBM
Capacidade : 12.07GB
Modelo : DARA-212000

Abaixo também algumas fotos dos CompactFlash testados, das marcas DaneElec 1Gb e Kigston 512Mb.

Compact Flash DaneElec 1Gb e 2 Kingston 512Mb testados.

Uma informação importante que o Antoniutti passou foi que utilizando a IDE Tecnobytes com um adaptador CF-IDE específico, ele teve problemas de reconhecimento do dispositivo CompactFlash, similar ao que experimentei enquanto escrevia o artigo Dossiê Storage Devices – Parte II (Compact Flash).

O adaptador CF-IDE testado por ele é vendido na DealExtreme, por U$2.62, conforme pode ser verificado no link do produto.

Analisando os comentários dos compradores no site do revendedor, percebi que, apesar da satisfação com o produto, a grande maioria das pessoas reclamou da velocidade de transferência obtida com o uso desse adaptador.

Como no caso do meu adaptador, esse produto tem suporte a DMA33 (UDMA), então esses comentários sobre a sua baixa performance me deixaram um pouco ressabiado quanto a qualidade do produto, uma vez que,  com esse suporte a UDMA, o mesmo não deveria ter problemas de performance e essa qualidade, ou falta dela, pode ser o que causa instabilidade quando utilizado junto com a IDE Tecnobytes.

Talvez a qualidade dos adaptadores existentes no mercado, justifiquem o pessoal da Sunrise ter vendido, até uns poucos  meses atrás, adaptadores CF-IDE para uso em conjunto com suas interfaces IDE, sendo que o negócio deles é fazer somente a interface e que nesse caso pode ter a sua qualidade contestada ou afetada por conta de produtos de terceiros com baixa qualidade.

Bom, apesar de ter gostado bastante das informações recebidas sobre novas marcas e dispositivos testados, para mim, o mais interessante do feedback, foi o Casemod feito por ele e que integra um dispositivo de DVD a um adaptador de CF-IDE, tudo isso envolvido em um case de drive DDX, demonstrando a criatividade e cuidado do autor em deixar um produto mais atual, que é o drive de DVD, com o estilo e espirito do MSX, ao colocá-lo em um case de drive DDX.

Melhor do que falar ou escrever é mostrar, então segue abaixo as imagens do trabalho realizado bem como o resultado final.

 

Adaptação feita para interligar o conector IDE e o adaptador de CompactFlash.

 

Parte traseira

 

Imagem traseira do casemod do DVD, com uma entrada extra para Compact Flash
Aqui a imagem frontal do belissimo conjunto MSX+IDE+Drive DVD+CompactFlash

Aproveito para agradecer pelo feedback do Alexandre Antoniutti, bem como as imagens cedidas de todo esse excelente trabalho realizado e deixo desde já as portas sempre abertas ao Antoniutti e a quem mais queira contribuir com suas experiências no universo MSX ou qualquer outro Universo paralelo.

[]’s
PopolonY2k

 

Referência na internet.

MSX Livros
http://msxlivros.blogspot.com/

Casemod – Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casemod

 

Print Friendly, PDF & Email

Análise da Interface ATA IDE – Tecnobytes

O mercado nacional de hardware para MSX está bastante movimentado nos últimos 3 anos, sob minha percepção, pois são construídos pelos produtores independentes, muitas novidades bem interessantes para os saudosistas, hobbistas e entusiastas, como esse que vos escreve.

A coisa está tão boa para o MSX aqui no Brasil, que no momento em que escrevo esse review, estou me deliciando com os mais de 20Mb de arquivos MOD, que baixei a noite passada e que o meu Panasonic A1WX MSX 2+ ficou um bom tempo descompactando, onde os reproduzo agora através da minha OPL4 Shockwave, uma placa Moonsound-like e que finalmente podemos adquirir aqui no Brasil graças a produção de Ricardo Oazem da Tecnobytes.

E por falar em Tecnobytes……

….para quem não se lembra, ou sabe, é uma produtora de hardware para MSX que vem desenvolvendo e comercializando coisas desde a década de 80/90 e que produziu naquela época uma placa compatível com as Panasonic FM-Pac, a famosa FM-Stereo.

E desde aquela época já percebemos o diferencial nas produções da Tecnobytes, que desenvolve produtos completamente compatíveis com os lançados no mercado internacional porém sempre com uma inovação extra, no caso da FM-Stereo, a característica Stereo dessa placa e sua qualidade sonora superior a FM-PAC original.

Bom, se inovação é a praia dos produtos da Tecnobytes, é bom sempre esperar algo diferenciado vindo deles e no caso da interface IDE o maior benefício, para mim, foi  a possibilidade de colocar o MSX no mesmo patamar de armazenamento existente no mundo dos PC’s,  considerando as devidas proporções, o que no final me tira o peso psicológico de que não estou vivendo e sim sobrevivendo no mundo MSX.

E por falar em sobrevivência….

…nós sobrevivemos……

….durante anos e anos com nossos disquetes e que mais tarde se transformaram em imagens .dsk para emuladores, como os fMSX, OpenMSX e BlueMSX e graças aos BBS e a internet, esses programas também “sobreviveram” até os dias atuais.

Ganhamos tempo suficiente para conseguir desenvolver tecnologia e adequar os nossos MSX aos padrões mais atuais de armazenamento de dados, como as interfaces IDE.

Tecnobytes ATA IDE Interface

Interface IDE não é algo novo no mundo MSX, pois já existe desde o final dos anos 90, através do produtor internacional de hardware para MSX, a Sunrise. No Brasil uma interface similar já foi produzida e comercializada pela ACVS, que é um outro player que está, digamos, um pouco inativo no cenário MSX nos últimos anos e por último temos a Tecnobytes, que vem produzindo hardware de forma mais constante, bem como produzindo algumas peças de hardware em edição limitada, como o caso das OPL4 Shockwave e V9990 PowerGraph.

Sobre a IDE da Tecnobytes anotei algumas características, após alguns meses de uso, descritas abaixo:

  1. Possibilidade de utilização de dispositivos baseados em memória flash, ou Compact Flash.
  2. Pelo fato de ser uma interface Sunrise-like, tem compatibilidade total com os softwares produzidos para a interface da Sunrise, que são muitos, bem como podemos aproveitar qualquer especificação de funções da BIOS dessas interfaces, disponível na internet, para escrever softwares utilitários para essa interface.
  3. Possibilidade de atualização de BIOS, como a nova 2.50 (beta) que está saindo do forno do Laboratório da Tecnobytes, segundo informações do próprio Ricardo Oazem através da lista MSXBR-L.
    .
MSX 2+ Panasonic A1WX + Interface ATA IDE Tecnobytes.

Limites das IDE’s no MSX.

WARNING
Apesar de possível o uso de dispositivos com qualquer capacidade nas interfaces IDE para MSX (Sunrise-like), existem limitações quanto ao número de partições que essas interfaces podem endereçar no MSX, que chega ao valor máximo de 31 partições.

O sistema operacional do MSX (MSXDOS) também tem limitação de trabalhar com FAT12 que por sua vez pode endereçar até 32Mb, ou seja, poderíamos endereçar o máximo de 31 partições com 32Mb, totalizando aproximadamente 1Gb, ou seja, dispositivos com 2Gb, 4Gb, ou 6Gb não seriam aproveitados em sua totalidade.

Porém existe a possibilidade de utilização do MSXDOS2, que com o devido patch aplicado, poderá suportar partições com FAT16, aumentando assim a capacidade de endereçamento do sistema operacional, que passará suportar partições de até 2Gb. Infelizmente, esse patch é um software residente que deve ser carregado após o boot do sistema operacional, ou seja, você deverá ter pelo menos uma partição com FAT12 configurada em seu disco, para a carga inicial do sistema operacional, podendo deixar as demais com FAT16, por exemplo, possibilitando assim o uso completo de dispositivos acima de 2Gb até aproximadamente 60Gb.

Acredito que a versão 2.44 do MSXDOS2, liberada pelo pessoal da TNI conforme esse anuncio, suporte FAT16 nativamente sem a necessidade de softwares residentes, porém ainda não testei.

Apesar de existir a possibilidade de utilização da IDE com o MSXDOS, na prática sua utilização fica limitada pela falta de capacidade de manipulação de sub-diretórios por esse sistema operacional e também pelo fato do número máximo de arquivos possíveis por diretório no MSXDOS ser 512, e como o MSXDOS suporta 1 diretório apenas, logo temos um total de 512 arquivos possíveis em um dispositivo conectado à controladora IDE.

Mas quem em sã consciência irá utilizar um dispositivo de 1Gb, 2Gb, 4Gb ou 8Gb para armazenar 512 arquivos apenas ???

TIP
Existe a possibilidade de se burlar essa limitação do número de diretórios no MSXDOS e existe alguns comandos externos, cd.com, rd.com, md.com, que foram desenvolvidos e explicados em um artigo da Revista CPU na metade da década de 90, e que adicionam essa capacidade de manipulação de sub-diretórios no MSXDOS.

Entretanto, como esses comandos não são comandos built-in do sistema operacional, sua utilização requer malabarismos que praticamente impossibilitam o seu uso nesse sistema operacional, por isso ao utilizar uma IDE, prefira o MSXDOS2, que já possui todos os requisitos para manipulação de dispositivos de grande capacidade que uma interface IDE proporciona ao MSX.

Testes de compatibilidade

Realizei testes de compatibilidade com diversos dispositivos IDE, utilizando a interface ATA IDE Tecnobytes e o resultado dos testes estão descritos abaixo.

HARDWARE HOTFIX !!! IMPORTANTE !!!!
No dia 02/02/2011 a Tecnobytes, através de Ricardo Oazem, liberou na MSXBR-L um HotFix que corrige um problema de detecção de alguns dispositivos IDE, principalmente HD‘s.
Para as interfaces ATA IDE Tecnobytes construídas antes dessa data, o HotFix deve ser aplicado caso o usuário dessas interfaces estejam enfrentando problemas na detecção de dispositivos IDE.
No anúncio, o fabricante informou que caso o usuário não se sinta seguro de fazer o HotFix, basta enviar a interface a ele que a alteração será realizada.
O custo do capacitor cerâmico utilizado no HotFix, foi de R$0,10 (10 centavos) e o tempo que levei para aplicar esse Patch, foi de 1 minuto, ou seja, é muito simples.

Bug fix para o caso em que ocorre a mensagem WARNING! DATA CORRUPTION DETECTED! ao dar boot pela IDE. Esta correção consiste de um simples capacitor cerâmico de 1nf (102) ligado entre o pino 25 da IDE e o GND (Terra). Imagem cedida por Ricardo Oazem (Tecnobytes).

WARNING2
Apesar do MSX nem sonhar com transferências disponíveis a dispositivos IDE UDMA (Ultra DMA), que chegam a no mínimo 33mb/s, todos os testes realizados com dispositivos que utilizam cabo IDE (Hard Disks, CDROM‘s, etc, …), antes do HotFix da Interface, só funcionaram quando utilizado um cabo UDMA (80 vias), sendo que quando testados com um cabo de 40 vias, esses dispositivos sequer foram reconhecidos.
Após o HotFix da Interface, os dispositivos passaram a funcionar com cabos IDE de 40 vias.

Teste de compatibilidade com Hard Disks.

Dispositivos HD’s são um dos principais motivos da existência do padrão IDE e também por muito tempo foi o sonho de consumo dos usuários de plataformas antigas da década de 80 e apesar de existir hoje dispositivos mais modernos e compactos, há ainda uma grande procura, no mercado, por  Hard Disks IDE. Por esse motivo, realizei alguns testes com alguns HD‘s disponíveis na minha bancada de testes.

São eles:

  1. Quantum Fireball 500Mb.
  2. Quantum Fireball lct 20.4Gb.
  3. Western Digital 160Gb SATA com adaptadores SATA->IDE.

.

Antes do HotFix da interface, apenas o Fireball 500Mb havia sido reconhecido, formatado e utilizado na interface IDE Tecnobytes e embora o Western Digital 160Gb SATA tenha sido apenas um teste despretensioso onde eu já esperava o seu não funcionamento, pois  o mesmo é instável até mesmo quando utilizado com adaptadores SATA->IDE no PC, a surpresa ficou quanto ao não reconhecimento e funcionamento do Quantum Fireball lct 20.4Gb, entretanto esse mesmo dispositivo funcionou após o HotFix disponibilizado pela Tecnobytes, confome descrito anteriormente.

Western Digital SATA + Adaptadores SATA-IDE (Hummmm....não no MSX).

WARNING3
Em teoria as IDE Sunrise-Like suportam qualquer Hard Disk, até mesmo os de 160Gb, porém na prática, conforme explicado anteriormente, essas interfaces só conseguem endereçar aproximadamente 60Gb desse dispositivo, devido as limitações do número de partições dessas interfaces, aliado ao limite de tamanho das partições FAT(12/16) do sistema operacional MSXDOS/MSXDOS2.

Teste de compatibilidade com CDROM’s.

Apesar de existir dispositivos de CDROM compatíveis com o padrão IDE e todos esses, em teoria, ter compatibilidade garantida com a IDE da Tecnobytes, resolvi fazer alguns testes com 2 modelos que estavam disponíveis aqui em minha bancada de testes.

São eles:

  1. LG RW 16x~40x.
  2. CDROM Genérico 56X (Xing-Ling).

.

WARNING4
Antes do HotFix da interface, esses dois dispositivos foram reconhecidos apenas quando utilizados com um cabo IDE 80 vias (UDMA) e após o HotFix, os mesmos funcionaram com cabos IDE 40 vias.

Fiz alguns testes, utilizando o pacote do MSXDOS2 e utilitários que está disponível no tutorial de instalação e configuração para IDE‘s Sunrise-Like no site da MSX Pró e após executar o comando IDECDEX.COM, o CDROM ficou mapeado como drive C: em meu MSX e a partir daí consegui navegar em diversos CD‘s de dados, validando assim o funcionamento desses dispositivos de CDROM na IDE Tecnobytes.

Teste de compatibilidade com DiskOnChip.

Um dispositivo bastante incomum, mas que testei também na interface IDE da Tecnobytes, foi o DiskOnChip IDE.

Para quem não conhece, o DiskOnChip é uma tecnologia de Flash Disks desenvolvida pela empresa Israelense M-Systems, conhecida por ser a pioneira no desenvolvimento da tecnologia SSD e que no inicio dos anos 2000 foi adquirida pela SanDisk, empresa líder em tecnologia de armazenamento em memórias Flash.

Existem diversos tipos de DiskOnChip, que vão desde chips que podem ser integrados a dispositivos embarcados, até DiskOnChip já integrados a uma interface IDE, podendo ser conectados a PC‘s comuns, mas que geralmente são utilizados em dispositivos embarcados com arquitetura de PC comum, como por exemplo placas PC/104 e SBC (Single Board Computer).

Fiz um teste utilizando o meu DiskOnChip de 256Mb com a interface IDE Tecnobytes e a mesma não reconheceu esse dispositivo. Não fiz nenhuma pesquisa técnica sobre as capacidades da interface IDE presente no DiskOnChip M-Systems que possuo, em busca de algum requisito mínimo desse dispositivo e também  não consultei os limites da Interface IDE da Tecnobytes em busca alguma incompatibilidade entre a mesma e dispositivos desse tipo.

Caso a IDE Tecnobytes conseguisse reconhecer esse dispositivo, existiria um outro impecilho para seu uso no MSX, uma vez que DiskOnChip utilizam um FileSystem específico denominado TrueFFS, cuja implementação da camada gerenciadora de FileSystem do sistema operacional hospedeiro deve estar disponível para que se tenha acesso a dispositivos DiskOnChip, o que já acontece nos Sistemas Operacionais, Linux, Windows e todos os BSD‘s existentes.

Diversos DiskOnChip's

Teste de compatibilidade com Compact Flash.

Eu me aprofundei nos testes da IDE com dispositivos Compact Flash e cheguei a conclusão que , além de mais confiáveis e rápidos, os CF’s no MSX terão menos problemas de reconhecimento pela IDE no MSX do que qualquer outro dispositivo.

Quando iniciei minha bateria de testes com dispositivos Compact Flash na IDE Tecnobytes em meus MSX, fiquei receoso de que algumas marcas pudessem não funcionar devido alguma limitação tanto por parte da IDE quanto por parte do  Compact Flash, porém após fazer um estudo para escrever a segunda parte do Dossiê Storage Devices – Compact Flash, percebi que os Compact Flash, principalmente os mais modernos, são dispositivos extremamente inteligentes e que suportam diversos modos de operação, tanto como dispositivos USB ou IDE, suportando modos de transferência de dados mais rápidos UDMA ou mais lentos PIO, …… e independente de um Compact Flash ter suporte a UDMA e o MSX nem sonhar com uma taxa de transferência próxima  de um dispositivo UDMA (mínimo de 33Mb/s), os Compact Flash, devem suportar modos que possibilitem o seu acesso por dispositivos mais antigos, segundo as especificações atuais da Compact Flash Association, ou seja, por enquanto teoricamente, todo e qualquer Compact Flash que você adquirir, deverá funcionar em sua interface IDE.

Detalhes internos da Interface ATA IDE Tecnobytes (Imagem cedida por Ricardo Oazem)

Segue a lista de dispositivos Compact Flash que utilizei e testei com minha interface ATA IDE Tecnobytes:

  1. Transcend 4Gb UDMA;
  2. Dane-Elec 8Gb;
  3. Dane-Elec 2Gb;
  4. Memory Technology Company 256Mb;

.

De todos, o melhor que achei foi o Transcend 4Gb UDMA, pois me pareceu mais veloz do que os demais. Não fiz nenhum benchmark entre os Compact Flash, tarefa que deixarei para a segunda parte desse review, então a “medida” foi apenas baseada na percepção “visual“.

O Dane-Elec de 8Gb é o que está rodando oficialmente em meu micro, devido a seu tamanho de 8Gb.

Passeando pela Santa Efigênia em São Paulo, encontrei um SanDisk de 32Gb UDMA que deve ser uma obra prima, pois são os inventores do Compact Flash. Devo admitir que “formigou” a mão para comprar….

Segue abaixo outros dispositivos de Compact Flash que obtive feedback por parte de usuários de IDE (Tecnobytes, ACVS, Sunrise) de MSX e que me reportaram funcionar bem.

  1. SanDisk Exteme III 2Gb;
  2. Kingston 4Gb;
  3. Kingston 1Gb;

.

Compact Flash testados 100% compatíveis.

Para mim essa questão da compatibilidade está desmistificada e acredito que todas as marcas atuais funcionem bem com a Interface ATA IDE da Tecnobytes e talvez com as demais baseadas em Sunrise, porém fique atento ao adaptador de Compact Flash.

A maioria dos adaptadores de Compact Flash atuais tem suporte a DMA,  que a grosso modo é a presença de alguns pinos que interligam a IDE e o PCMCIA do Compact Flash possibilitando a transferência de dados via DMA, que é bem mais rápida em hosts que suportam DMA.

Infelizmente suporte a DMA não é a realidade para interfaces conectadas aos slots de expansão no MSX, entretanto percebi que todos os  adaptadores de Compact Flash que tem suporte a DMA tem uma qualidade melhor e funcionam 100% com a interface ATA IDE Tecnobytes, quando se está utilizando dispositivos Compact Flash com suporte a UDMA, como o Transcend 4Gb UDMA.

Outros adaptadores CF->IDE sem suporte a DMA, causaram instabilidade no I/O, truncando os arquivos, quando utilizados com Compact Flash UDMA (Transcend 4Gb UDMA).

TIP
A ausência do suporte a DMA no adaptador não influencia em nada o uso de dispositivos Compact Flash não UDMA no MSX, porém ao utilizar um Compact Flash UDMA com adaptadores sem suporte a DMA, percebi que foi o diferencial para o inicio de falhas nas operações de I/O.
Acredito estar relacionado apenas a qualidade superior dos adaptadores com suporte a DMA frente aos que não tem suporte a DMA.
Lembrando que, caso você queira utilizar um Compact Flash UDMA em hosts que suportam UDMA (PC, etc ….), o primeiro requisito do adaptador é que tenha suporte a DMA e o segundo é que seja compatível com dispositivos UDMA.
Logo a minha sugestão é a seguinte, compre adaptadores que tem a inscrição DMA em uma, ou nas duas, de suas faces, pois é mais seguro que funcione estável em dispositivos Compact Flash com ou sem suporte a UDMA. Caso tenha a especificação do produto em mãos, verifique também se o adaptador tem suporte a UDMA.

Notícias do Front:

Boas notícias quanto ao desenvolvimento de produtos baseados em tecnologia IDE pela Tecnobytes, pois o próprio autor já informou em um anúncio na lista MSXBR-L, que está desenvolvendo uma nova BIOS (2.50 beta) e que a mesma possibilitará suporte a FAT16 nativo, ou seja, em breve não necessitaremos da FAT12 para dar o boot na IDE, para mim esse é um primeiro passo para a FAT32.

Outra excelente notícia é que juntamente com a nova BIOS, teremos uma Memory Mapper, de fabricação da Tecnobytes,  que é imprescindível para o uso da IDE devido ao MSXDOS2 necessitar da mesma, o que dá aos possuidores de MSX2 e MSX2+, sem Memory Mapper, a possibilidade de ampliação do potêncial dessas máquinas.

Como senão fosse suficiente todas essas boas notícias, essa nova Mapper também funcionará em MSX1. Isso mesmo, Memory Mapper no MSX1 sem a necessidade de alterações no hardware ou atualização da BIOS do MSX…….sim, aqueles HotBit’s e Expert’s que temos guardados e quase esquecidos em nossos armários, poderão ter um dispositivo IDE e mais memória do que os eternos 64Kb.

Só nos resta aguardar mais um pouco.

Sugestões ao autor do produto:

A minha sugestão é única e simples. Os conectores IDE nos hosts geralmente vem com um pino a menos, no centro do conector, sendo que os cabos IDE, incluindo todos UDMA (80 vias), também vem com esse pino coberto no conector do cabo, o que muitos constumam chamar de mata-burro.

Pois bem, a IDE da Tecnobytes, não vem com esse pino faltando em seu conector, como na maioria dos hosts (PC’s, etc, …), o que termina obrigando a quem vai trabalhar com dispositivos que utilizam cabo IDE (CDROM, HD, …) a furar esse pino, no cabo IDE, uma vez que o mesmo está coberto, evitando assim qualquer dano à interface IDE quando se está utilizando um cabo desse tipo, ou seja, todos UDMA de 80 vias.

Cabo IDE

Finalizando….

…deixo aqui meus agradecimentos aos seguintes amigos da lista MSXBR-L que ajudaram compartilhando informações sobre seus Compact Flash e Adaptadores.

  • Antonio Sanches Parra – Pelo report, com imagens, relatando que seu Compact Flash Kingston 1Gb funcionou de maneira instável com os 2 adaptadores sem suporte a DMA, causando truncamento dos arquivos gravados no Compact Flash, sendo que o mesmo Compact Flash funcionou perfeitamente em outro adaptador com suporte a DMA.
  • Daniel Campos – Pelo report relatando a instabilidade no funcionamento de seu conversor SD->CF, tendo os mesmos problemas de truncamento de arquivos, relatados pelo Antonio Sanches Parra e também pelo report em que relatou que seu adaptador SD SDHC MMC para IDE 3.5″ funcionou corretamente na interface Tecnobytes.
  • Silvio Borges – Pelo HotFix feito na IDE da Tecnobytes e por ter disponibilizado a informação ao fabricante, que repassou a todos os usuários.
    .

Bom, por enquanto fico por aqui, sendo que reservei para a segunda parte dessa análise, um teste comparativo de performance dos diversos meios que podemos utilizar na IDE Tecnobytes ou qualquer outra interface IDE Sunrise-Like.

[]’s
PopolonY2k

Referências

Site Oficial da Tecnobytes

http://www.tecnobytes.msxall.com/

Anúncio do MSXDOS 2 Vrs2.44 (TNI)

http://www.tni.nl/news/command2com-version-244-released

Dossiê Storage Devices – Compact Flash

http://www.popolony2k.com.br/?p=130

Sunrise IDE Technical Information

http://map.grauw.nl/viewer.php?f=/resources/disk/IDETECH.TXT

Sunrise IDE Technical Information II

http://www.msx.ch/sunformsx/download/idetxt/idetech.html

Sunrise IDE Technical Information III (BIOS documentation)

http://www.msx.ch/sunformsx/download/idetxt/idesys.html

LBA Definition (Guia do Hardware)

http://www.guiadohardware.net/termos/lba

LBA Definition (PC Guide)

http://www.pcguide.com/ref/hdd/bios/modesLBA-c.html

Tutorial de configuração de interface IDE (Sunrise-like) no MSX (MSXPró)

http://www.msxpro.com/ide.html

Print Friendly, PDF & Email

Dossiê Storage devices – Parte II (Compact Flash)

Continuando a série, Dossiê Storage Devices, vamos falar sobre um outro dispositivo de armazenamento muito utilizado em câmeras, PC’s antigos (MSX, Amiga, etc, …) dispositivos embarcados e em NetBooks de baixo custo, que é o Compact Flash.

História

O Compact Flash é um dispositivo que, inicialmente, foi especificado e desenvolvido pela SanDisk em 1994, porém em 1995 o mesmo passou a ser padronizado por uma associação de empresas internacionais, incluindo a SanDisk, conhecida como The Compact Flash Association.

Detalhes técnicos

Atualmente existem dois tipos de Compact Flash disponíveis no mercado, conforme descrito abaixo.

CF Type I

Esse é o mais comum encontrado no mercado e seu nicho era basicamente restrito a câmeras digitais, porém nos últimos anos sua utilização em outros nichos da área de tecnologia tem se tornado relevante e apesar de existirem alternativas mais cômodas, menores e mais baratas, o CF Type I tem conseguido uma sobrevida devido ao fato de ser uma alternativa confiável aos dispositivos mecânicos como os Hard Disks convencionais (HDD) e ao mesmo tempo barata em relação aos dispositivos de alta capacidade como os Hard Disks baseados em memória flash, ou SSD.

Compact Flash Type I
CF Type I

CF Type II

A principal diferença entre um dispositivo CF I e CF II é que basicamente as CF II suportam mais corrente na interface, segundo o Wikipedia, e talvez esse seja o motivo de se ter discos rigidos mecânicos que consomem mais energia, rodando sob essa interface, como os micro HDD‘s conhecidos por MicroDrives e amplamente utilizados em PDA‘s, como os Palm LifeDrive e dispositivos tocadores de música, como os IPod‘s.

Quando lançados, os MicroDrives tinham em média 4Gb de capacidade de armazenamento,  algo inédito nos dispositivos baseados em memória Flash da época, porém com o aumento da capacidade das memórias Flash nos ultimos anos, o MicroDrive foi facilmente suplantado por outros baseados em memória como os SD Cards (Mini, Micro), Memory Sticks e até mesmo pelo seu irmão mais velho,  o Compact Flash Type I, que hoje já possui capacidade acima de 16Gb, sem contar que todos os dispositivos baseados em Flash são mais baratos, menos frágeis e portanto mais confiáveis do que os  MicroDrives.

Outra diferença é a espessura entre um CF Type I (3.3 mm) e um CF Type II (5 mm).

Compact Flash Type II
CF Type II

Compatibilidade PCMCIA e ATA.

Os cartões Compact Flash são compatíveis eletrica e mecanicamente com o padrão de interface PCMCIA e uma outra vantagem é que todo cartão CF tem embutida uma interface ATA e com um adaptador CF->IDE, desses encontrados no Mercado Livre ou Santa Efigênia, um cartão Compact Flash pode ser utilizado como um Hard Disk.

Adaptador CF/IDE
Adaptador CF/IDE

True-IDE

True-IDE é o modo de operação que os Compact Flash utilizam para se comunicar com a interface IDE, onde alguns dispositivos não suportam esse modo via hardware, existindo a possibilidade de emulação do modo True-IDE via software, que significa menos performance.

O chaveamento entre modo True-IDE e mídia removível é feito através do socket em que o CF está conectado, ou seja, se o Compact Flash está conectado por uma interface IDE, então ele é reconhecido pelo host como um Hard Disk, caso contrário é reconhecido como um mídia removível.

File System

Os Compact Flash podem ser formatados utilizando qualquer tipo de FileSystem, sendo a capacidade do CF o único limitador para a escolha do melhor FileSystem a ser utilizado pelo dispositivo, uma vez que dependendo do FileSystem escolhido a performance de acesso aos dados pode ser comprometida.

Diz a lenda que inicialmente os dispositivos CF trabalhavam com sistemas de arquivos específicos,  tais como Flash File System e JFFS e com isso softwares necessitavam de pilhas de protocolos adicionais para ter acesso a dispositivos Compact Flash.

Ultra DMA (UDMA)

A maioria dos Compact Flash mais modernos são compatíveis com UDMA (pelo menos 33Mb/s) e nesses casos a escolha do adaptador CF/IDE pode interferir no funcionamento do Compact Flash quando ligados a esses dispositivos, uma vez que existem adaptadores sem suporte a DMA, o que termina causando problemas, a maioria deles relacionados a performance.

TIP (REVIEW HOTFIX 01_01_2011):
No princípio os Compact Flash não suportavam operação em modo DMA, porém revisões posteriores adicionaram esse suporte ao padrão.

Lembre-se que ainda existem no mercado, adaptadores que não disponibilizam suporte a DMA, uma vez que nesses adaptadores alguns pinos para suporte a DMA não estão disponíveis. Nesse endereço (http://www.fccps.cz/download/adv/frr/cf.html) , existem informações de como adaptar o seu adaptador para que o mesmo passe a suportar o modo DMA.
Mesmo após essas adaptações, não é garantido que esses adaptadores funcionarão com Compact Flash UDMA.

TIP (REVIEW HOTFIX 01_01_2011):
Geralmente os adaptadores CF/IDE sem suporte a DMA não são construídos com a preocupação de manter uma blindagem entre as trilhas, similar à técnica utilizada nos cabos IDE de 80 vias (http://www.pcguide.com/ref/hdd/if/ide/confCable80-c.html), o que os torna incompatíveis com Compact Flash UDMA.

BENCHMARK (REVIEW HOTFIX 01_01_2011):
Em testes realizados com um Compact Flash Transcend 4Gb 133x UDMA juntamente com adaptadores CF/IDE antigos, sem suporte a UDMA, experimentei instabilidade no I/O e impossibilidade de boot do sistema operacional.

MSX TIP (REVIEW HOTFIX 01_01_2011):
Ao utilizar um adaptador de Compact Flash com caracteríticas como as apresentadas na dica anterior, experimentei instabilidade no uso de uma interface IDE com um Compact Flash UDMA (Transcend 4Gb 133x UDMA) e apesar do mesmo ser reconhecido, particionado e formatado corretamente, o boot do sistema operacional falha e o I/O ao dispositivo fica instável e não confiável (aka perda de dados).
Usuários de outras plataformas considerem essa experiência, caso estejam experimentando instabilidade no uso de Compact Flash com IDE.

CF/IDE - Front (sem suporte a DMA)
CF/IDE - Front (sem suporte a DMA)
CF/IDE - Back (sem suporte a DMA)
CF/IDE - Back (sem suporte a DMA)

Então, na hora de escolher usar um Compact Flash na IDE, tome precauções na escolha tanto do Compact Flash quanto do adaptador CF/IDE, prefira adaptadores com suporte a DMA pela velocidade quando utilizados com Compact Flash UDMA.

TIP (REVIEW HOTFIX 01_01_2011):
Lembre-se da seguinte regra, adaptadores com suporte a DMA funcionam bem com dispositivos Compact Flash que tem ou  não suporte a UDMA, já os adaptadores sem suporte a DMA não funcionam bem com dispositivos Compact Flash com suporte a UDMA. Tudo isso, se os adaptadores respeitarem as regras de blindagem necessárias a dispositivos UDMA.

CF/IDE - Front (com suporte a DMA)
CF/IDE - Front (com suporte a DMA)
CF/IDE - Back (com suporte a DMA)
CF/IDE - Back (com suporte a DMA)

Velocidade

A medida de velocidade dos Compact Flash é a mesma da utilizada nos CDROM’s no famoso modelo ‘n’ X, por exemplo, 8x, 16x, 48x,…,133x, 266x e por aí vai, tudo isso multiplicado pela taxa de transferência máxima baseada nos floppy drives (150Kbps).

SOURCE CODE:
O cálculo da capacidade de transferência é simples e pode ser descrito segundo a fórmula abaixo.

C/C++ Code

/* Floppy drive transfer rate multiplier */
#define __FLOPPY_DRIVE_MULTIPLIER    150
/**
  * Return the Compact Flash device Transfer Rate in Kb/s.
  * @param nCompactFlashSpeed The CF device Speed (eg. 133x,
  * 266x, ...);
  */
int getCompactFlashTransferRate( int nCompactFlashSpeed )  {
  int  nTransferRate = nCompactFlashSpeed * __FLOPPY_DRIVE_MULTIPLIER;
  return nTransferRate;
}

Human code

TransferRate = CompactFlashSpeed * 150

Ex: Para Compact Flash de 266x temos CompactFlashSpeed = 266

TransferRate = 266 * 150
TransferRate = 39900 Kbps ou ~ 40 Mbps

Conclusão

Compact Flash é mais um dos dispositivos de armazenamento dos muitos existentes no mercado e se pensarmos em utiliza-lo como um dispositivo removível através de conectores USB, como os Pendrives, com certeza os Compact Flash estarão em desvantagem devido a seu tamanho físico ser grande demais para os padrões atuais, considerando que estamos na era dos dispositivo Micro (Micro SD, Memory Stick Micro, ….).

Entretanto se consideramos os Compact Flash como hard disks, aí a situação se inverte pois ele se torna um dispositivo extremamente pequeno, fisicamente, em relação a maioria dos HD‘s existentes no mercado atual, além de outras vantagens como custo/benefício e confiabilidade.

Acredito na sobrevida dos CF’s por mais alguns anos, principalmente nesse momento em que vivemos um visível aquecimento do mercado de desenvolvimento de software e hardware embarcado cá em terras tupiniquins.

Por enquanto é só pessoal
Por enquanto é só pessoal

PopolonY2k


Referências

http://www.compactflash.org/

http://www.sandisk.com/

http://www.popolony2k.com.br/?p=49

http://www.fccps.cz/download/adv/frr/cf.html

Print Friendly, PDF & Email